27 abril 2011

Review de Out_cubus a 'If Not Now, When?'

Review e opinião pessoal de Out_cubus

Boquiaberto! Foi esta a minha primeira reacção quando ouvi pela primeira vez “If Not Now, When?”. Fui surpreendido por esta nova sonoridade da banda, que me deixou perplexamente satisfeito. É sem dúvida, após muitas audições um grande álbum de uma grande banda! Completamente diferente de tudo o que fizeram até hoje, conseguiu-me até fazer esquecer por momentos, que esta foi a banda que trouxe ‘s.c.i.e.n.c.e.’ ao mundo, e que tantos fãs gostariam que essa sonoridade voltasse. Amadureceram como homens, pessoas, músicos e fizeram um álbum futurista, simples, completo, sentimentalista q.b. (não que isso seja mau, necessariamente), ambicioso e bem trabalhado. É uma sinfonia com 11 belíssimas orquestrações, em que cada elemento excedeu os seus limites e oferecendo-nos uma obra de arte.

Mike continua o mestre, o doutor, o génio na guitarra em que, em todos os segundos nos consegue surpreender revitalizando musicalmente numa série de maneiras, como já disse Brandon numa entrevista, Kilmore deixou definitivamente a sua faceta de DJ passar para segundo plano, para transformar todo o modo como instrumentaliza e acompanha de fundo, os seus colegas em todas as músicas. Ben faz da sua secção rítmica um misto de ritmos e géneros que faz unir os vários elementos sonoros da banda, cumprindo com a sua parte. Jose está para mim, num nível espectacular com muita suavidade e intensidade a cada batida, sendo muito correcto e eficaz no que faz. Brandon fez o que quis da sua voz. Eleva-nos o espírito a cada agudo, coloca correctamente cada entrada e falando da parte lírica, esteve como sempre nos habituou, no seu melhor, apesar do ‘susto’ que nos deu com ‘Adolescents’.
Nota-se muito o empenho e mudanças resultantes do estudo da música por parte de Mike na universidade de Harvard. Aprofundou as músicas, ampliou cada som, melodicamente aperfeiçoou-se ainda mais, e com isto, influenciou o resto da banda a criar este rock-soft-melo-experimental e romântico. Tudo está orquestrado a preceito contemplando-nos com o que pode ser um marco na história da banda.

 
Nas primeiras audições, destaca-se ‘if not now, when?’ pela introdução ao álbum que nos coloca as expectativas no seu devido lugar, ‘friends and lovers’ pela sua letra e melodia, ‘thieves’ pelo seu soft-pop que fica no ouvido, ‘the original’ pela sua transição ao minuto 3:40 que nos faz aumentar o volume e tocar nas nuvens com os acordes do mike de tão épico que se torna, ‘in the company of wolves’ pelo seu início à Coldplay e fechando os olhos, consigo até ouvir influências de Pink Floyd tendo a partir do minuto 4 uma transição que nos leva a um modo erótico pela voz e ritmo da música, que nos faz acelerar o coração de tão boa que consegue ser (esta é sem dúvida a minha preferida, so far). ‘switch blade’ é o pulsar de novos ritmos quando já entrámos noutra galáxia com os sons anteriores. ‘adolescents’ é o single e o mais vulgar que estávamos habituados a ouvir da banda, com os seus últimos registos, com uma letra simples e que nos entra directamente no cérebro, faz-se identificar logo ali a personalidade da banda. ‘tomorrow’s food’ é para mim, um até já ou um agradecimento da banda ao mundo que os ouve fielmente. Uma justificação ao que ouvimos nestes últimos 50 minutos. E como fã incondicional da banda, ao ouvir esta música senti um enorme orgulho pelos ‘nossos’ rapazes, e afirmo com clareza que adorei este álbum do início ao fim.

Podia ficar horas a falar de "If Not Now, When?", mas acho que consegui exprimir o melhor que consegui, após me passar o modo “histerismo” e ansiosismo quando o álbum me chegou aos ouvidos. Contando que a cada audição algo novo se descobre, sei que daqui a algum tempo, muito mais poderia acrescentar a esta review….

12 comentários:

Pau Lu Pi Lan Tra disse...

Boa cena! Bem, isto promete... tou curiosíssimo!

Rafael disse...

Eu estou profundamente desiludido com o albúm. Deixaram o Rock para se converterem ao pop que todas as miúdas gostam e ficam doidas ao imaginarem o Brandon despido.

Parece o percurso típico das bandas hoje em dia, por isso a única crítica aos Incubus é por terem seguido no mesmo barco.

Pau Lu Pi Lan Tra disse...

Rafael, ontem ouvi o album todo e tenho-te a dizer q concordo completamente contigo. O novo album é uma merda. Não consigo gostar a primeira vez q o ouvi fiquei desiludido, a medida q ia ouvindo as musicas todos a unica coisa q me passava pela cabeça era "foda-se, o q é q se passou com estes gajos meu?!?" não há rock n' roll!!!
É um album diferente? É !
Tentaram ir por um caminho completamente diferente? Sim !
Beneficiaram alguma coisa com isso? Não, antes pelo contrario, só perderam.
Se pudesse descrever este album numa palavra diria simplesmente: Lamechas!

O que é que se passou com estes gajos meu !!! Não percebo...

Anónimo disse...

O que se passa, é que estão a envelhecer assim como todos nós. Já não estão para grandes loucuras e rockalhadas. Cresceram musicalmente... acontece a quem realmente gosta de música.

ass: Eu

Pedro disse...

Sou um seguidor quiçá fanático dos Incubus desde 1998. Sempre foi a minha banda preferida, mas sinceramente depois deste álbum não consigo mais ouvir uma música 500 vezes para gostar. Como já ouvi algures, "há bandas que não sabem quando acabar". Por mais ridículo que seja, estou profundamente triste pelo álbum que acabei de ouvir.
Que saudades dos velhos tempos!!!

Anónimo disse...

sou so temopo do SCIENCE e sem duvida o melhor album dos Incubus, mas nao partilho das criticas a este ultimo album, que apresenta um grande trabalho melodico,uma voz trabalhada até á exaustão, um Mike no seu melhor, não é um album rock mas nao entendo a analogia de que rock é sinonimo de qualidade. Concordo no pleno com a analise feita no blog, com um reparo, onde está a analise á Isadore? o melhor registo do album.....
Gonçalo

Anónimo disse...

nao entendo o porquê de terem excluido alguns comentarios, inclusive o meu, mas nao fica bem especialmente porque sao pessoas que acompanham o blog
Gonçalo

Unknown disse...

Gonçalo, não tenho conhecimento de algum comentário que tenha sido eliminado.
Aqui respeitamos quaisquer opiniões que tenham acerca da banda.
Apenas reprimimos palavrões e ofensas.

Obrigado e dispõe sempre. ;)

Anónimo disse...

ok, deve ter havido alguma falha entao, mas o comment ate esteve aqui durante 2 ou 3 dias, de qualquer maneira queria dizer quanto ao comentario ao novo dos incubus, devo dar os parabens a quem fez a analise, concordo totalmente que o cd está viciante, só uma nota a registar, a ausencia de analise à musica ISADORE.talvez melhor do cd, obrigado e continuem o bom trabalho.
Gonçalo

Anónimo disse...

Na minha opinião, Incubus têm 2 tipos de fãs: Aqueles que ficaram agarrados ao SCIENCE, não entendendo as sucessivas mudanças de álbum para álbum, e aqueles que têm acompanhado este percurso como algo natural, associando as mudanças à maturidade dos elementos da banda como músicos e pessoas que são.

Para os primeiros, este álbum foi mais uma tremenda desilusão! Faltam aquelas malhas e guitarradas que os caracterizaram em tempos, aquelas músicas que ficarão para sempre presentes na banda sonora das nossas vidas.
Para o segundo tipo de fãs (no qual eu encaixo na maior perfeição), este álbum é simplesmente delicioso! Diferente de tudo o que fizeram até hoje, sem olhar ao passado, brindam-nos com inesperadas melodias que nos fazem fechar os olhos e sentir a música deles de uma perspectiva completamente nova.

Não creio que este seja um daqueles álbuns intemporais, ao contrário do SCIENCE, mas sim um álbum feito para o momento. Sinto que cada uma das músicas foi feita para ser ouvida hoje, por quem realmente gosta de Incubus, para os verdadeiros fãs, como uma espécie de agradecimento.

É só a minha opinião... :)

Anónimo disse...

concordo totalmente quando é aqui dito que o album é para se ouvir hoje e nao entrar em comparaçoes com o SCIENCE, nao é justo para a banda que ao longo dos anos se tem reiventado e apresentado em cada cd novidades de estilo e sonoridade, este album é apenas mais isso, nova mudança e tem que ser analisada per si e nao comparando a registos anteriores porque as diferenças sao abismais, sem que necessariamente piores....O SCIENCE é o album nr 1 deles, sem margem para duvidas mas nao sair dessas comparaçoes tambem provoca dissabores e mostra que nao se está preparado para ouvir incubus, na minha humilde opiniao,acho que cada album tem que ser ouvido e avaliado sem ter que se comparar e aí sim fazer a critica,este cd na minha ideia está trabalhado ao pormenor, a voz do Brandon nao podia estar melhor e melodicamente apresenta um registo impressionante e marcante.....

Gonçalo

Luís Varela disse...

Se quiserem ver a minha crítica estão à vontade: http://oicopensoeescrevo.blogspot.com/

Criei o blog à pouco tempo e fiz a review do novo dos Incubus.

Também fiz review do novo dos Radiohead ("The King of Limbs") e o novo dos Arctic Monkeys ("Suck it and See".

Cumprimentos